sábado, 25 de outubro de 2008

Como passei a odiar Britney Spears

Não sei porque isso acontece mas até hoje muita gente pensa que meu negócio é Rock. Talvez pela minha cara de má e a minha postura de poucos amigos. Na realidade não é bem assim, e também não faço questão, agora, de explicar... Quem sabe, sabe. Quem não sabe, eu lastimo.

O fato é: lá estava eu na sala de aula curtindo o som super “maneiro” de Britney Spears e percebi que o meu fone, revestido de borracha, estava sujo e resolvi limpá-lo. Comecei a esfregar a unha e as manchas não saíam. Esfreguei o dedo, com força e depois mais força... E a discórdia ecoou pela sala: o fone saiu de seu devido lugar e “Oop I didn’t again” ressoava em direção aos ouvidos do público que me julgava a “a rockeirinha rebelde sem causa que senta no fundo da sala”. Britney já estava no famoso “ie ie ie ieeennnh” e eu não conseguia pô-lo de volta no lugar. As pessoas me olhavam espantadíssimas com cara de “Ahn? Você escuta ‘isso’?” pra completar meu tamanho desconserto.

Então, minha vida social escolar foi toda pra puta que pariu e eu passei a odiar Britney para sempre.


Maldita.


Fim.


terça-feira, 14 de outubro de 2008

Um Viva aos "Pais do Povo"

“Luciano Hulk dá, ele ajuda quem precisa” disse uma aluna de Jornalismo do segundo semestre da UniJorge. Muito lamentável essa afirmação tão parva, principalmente vinda de uma aluna de Comunicação Social. Embora o apresentador afirme, não constantemente, que por trás de sua “ajuda” estão os patrocinadores, sua imagem heroína não foge às regras de um programa bem estruturado que consegue atingir diferenciadas camadas sociais.

Então, vamos às comparações: “ele não é que nem Bocão, que faz socialismo barato!”- ainda a mesma menina. Enquanto José Eduardo (Bocão) tem como patrocinadores “Super Cálcio D”, “Supermemo” (dá tampinha verde, viu?) entre outros medicamentos milagrosos, Luciano Hulk tem a Dafra, Casas Bahia e outras grandes empresas. Portanto, a única diferença entre os dois são os mega patrocinadores (que um tem e o outro não) a fim de ter o seu slogan divulgado no programa. Quando pensamos em “socialismo barato” nos vem à mente aquele conjunto de indivíduos classe baixa chorando e berrando “eu te amo Zé, vem lapear no meu bairro!” ao invés de um garotinho aprendendo a tocar numa grande orquestra de metais para ter o seu “buguinho” reformado no quadro “Latinha Velha”, como foi mostrado no especial dia das crianças deste ano. Caldeirão do Hulk tem em sua estrutura uma equipe bem intencionada aos pontos do IBOPE e fazem por merecer. O programa provoca além de emoção ao público, educação, entretenimento e esperança já que sem as histórias comoventes dos participantes dos quadros, de nada seria. Contudo, do ponto de vista psicoemocional do brasileiro tendencioso a heroísmo, isso não é nada bom. Enquanto soteropolitanos carentes sonham em um dia receber, assim, de graça, 1000,00 na “Lapeada” do Bocão, o Brasil imagina o dia em que poderá ter a sua casa inteiramente reformada no “Lar Doce Lar” do Luciano Hulk que não tem a imagem de “Pai do Povo” ao contrário de Zé Eduardo.

Uma boa direção e emissora são tudo para um programa de “Socialismo Barato” fazer sucesso entre as classes, a exemplo de Big Brother Brasil, O Aprendiz, Troca de Família, ídolos e os extintos No Limite e Casa dos Artistas. Até mesmo esses shows beneficentes como “Criança Esperança” e “Teleton” estão envolvidos com o tal “socialismo barato”. Todos eles precisam tirar do anonimato histórias comoventes, divertidas, inusitadas, enfim, para que o público se veja na TV e desvirtue suas atenções ao que verdadeiramente importa como, por exemplo, o fato de os componentes de nosso sistema político serem nossos empregados e não o contrário.

Esses programas “divertidos”, sejam “maquiados” de educação ou desgraça alheia, só direciona o anseio de mudança do telespectador para soluções milagrosas e imediatas assim, os “pais do povo” nos abençoam com suas graças e claro, com o “seu” dinheiro.