sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ser mulher é... Lavar os pratos?

Sabe aqueles dias em que você acorda excepcionalmente para levantar as pernas para o ar e não fazer nada? É isso aí, férias!

Só que, tendo um pai que não faz e nunca fez muito por você nem por sua mãe, são exatamente duas pessoas a não fazer nada dentro de casa, e como você é do sexo feminino, os afazeres domésticos triplicam no período de férias. Mas eu tenho certeza que já mencionei aqui e obviamente no meu modo de ser, que machismo não está incluso em meu vocabulário, portanto...

Portanto nada. Quem disse que minha mãe do século XVIII larga do meu pé? Larga nada... Hoje teve o cúmulo do absurdo de afirmar com a mais pura indignação que toda mãe decreta ser um direito para si, que “você é mulher! Então agora seu pai faz tudo pra você não fazer nada?!”

Só em ouvir isso, nem entrar em um consenso eu desejo. Primeiro porque meu pai e o sofá são a mesma coisa, não se desgrudam. Segundo porque isso foi só por hoje. Ora me deixem... Quero tirar um dia para não fazer nada, e eu não tenho culpa se o meu avô calhou de ficar aqui dois dias e minha mãe insiste nessa caretice de põe mesa, tira mesa e blá blá blá. Quando ele está aqui, nem dormir na casa do namorado pode, para ele não pensar que estou sendo criada por uma mãe degenerada. (Não me condenem pelo desinteresse à presença do meu avô, este traz uma longa história.)

Eu sempre protesto aqui dentro que homem tem de se virar. Mas o povo aqui parou no tempo, e quem é rei sustentado não quer perder sua majestade nunca. Os métodos que adoto para excluir essas sandices é o silêncio, o riso irônico, um berro de vez em quando e claro, o bom e velho rock nas alturas; este já me salvou de muitas brigas, ou até mesmo de não ouvir o que não quero.

Não é só pelo fato de odiar, quer dizer, ODIAR afazeres domésticos, é também pelo porque de exigirem isso de mim. Porque sou mulher. Não, não pode ser assim. Acho que quando eu nasci, já nasci anti-machista, aliás, quando fui concebida, eu empurrei um espermatozóide que pretendia ser um garoto, para o quinto dos infernos e entrei no óvulo de minha mãe.

Acabou. Pus na cabeça que não é assim e assim não será. E meus filhos terão o privilégio de dividirem entre si as responsabilidades, independente do sexo. Além do mais, o pai deles será um exemplo bom. E não um ácaro de sofá.

3 comentários:

maria e as baleias disse...

machismo é um saco =/

Alter Ego disse...

Curti o final...
Mas entenda, os tempos são outros, as pessoas e suas atitudes também. Nossos avós foram criado de uma maneira totalmente diferente da nossa, também sou total contra a falar 'você é mulher, por isso tem que fazer isso', século XXI, né? E a mulher vem tomando seu lugar, o seu devido lugar e esse tal é bem longe das cozinhas de casas. Eu sei q não é válido ficar calada e cruzar os braços quando a gente percebe que se pode fazer algo, não é ser covarde, mas mudar a opinião de anos deles também não é algo fácil, o que podemos fazer, além de tentar mostrar que machismo já não cola mais na nossa sociedade, é como você disse: educar nossos filhos para que a próxima geração seja aberta o suficente para excluir certos, quiçá todos, preconceitos que nos cercam hoje. E que cercaram nossos pais e avós há muito tempo...

Luana Marinho Nogueira disse...

"eu empurrei um espermatozóide que pretendia ser um garoto, para o quinto dos infernos e entrei no óvulo de minha mãe. "

kkkkk

eu nunca tinha pensado por esse
ladoo... hauhau