sexta-feira, 13 de março de 2009

Mudanças técnico-temporais?

É fantástico e assustador pensar nessa louca evolução que nos sucumbe sem que nós percebamos as mudanças em que mergulhamos e consentimos ao nosso corpo. Costumo imaginar que daqui a um tempo, além de não ter mais cabelo, nem dentes, serei uma corcunda “perfeita” de tanto que me debruço diante deste notebook satânico.

É difícil dizer se a tecnologia foi boa ou ruim para nós. Toda máquina vem com uma série de propósitos e intenções que depositamos nela, assim como as palavras, e como diz a Emília do Sítio do Pica-Pau amarelo, “o problema da humanidade é a comunicação”. Se esta é um problema, imagine as máquinas.

Creio que de todas já criadas, o relógio é o mais interessante. Eu por exemplo, sou super metódica e de bem com as horas. Costumo ser pontual e faço tudo baseado no tempo. À noite arrumo todas as minhas coisinhas para aula da manhã seguinte e á tarde, para aula da noite. Não sei o horário certo dos ônibus, todavia, tenho um senso de orientação incrível, que até sem o bendito relógio, eu sei que horas são. A minha maior dificuldade é me relacionar com a espera. Odeio gente que se atrasa e preciso muito de música para manter a estabilidade num engarrafamento. Aliás, coisa mais maravilhosa que já inventaram foi a “música-portátil”. Desde a era do discman, eu já me mantinha normal dentro de um ônibus.

Deixando de lado essa minha obsessão sistemática, há muito mais além dos relógios. A evolução tecnológica anda de braços dados com a temporalidade. As clínicas de estética que o diga, aliás, estética lida diretamente com a simetria, o que será um problema para nós quando ficarmos carecas, sem dentes e corcundas. Seres humanos estão cada vez mais recorrendo ás cirurgias para prolongamento da idade e consequentemente da espécie, já que humano de bem com a vida, faz mais sexo.

Não sei o que será de nós, mas vale a pena refletir se não estamos velhos por fora, e novos por dentro. Porque ser jovem é bom. Mas não basta ser jovem, tem de ser jovem por fora e ter conteúdo por dentro. Banimos os rituais de passagem para termos tudo de uma vez. Para sermos Barbies e Kens eternos. Lindos, inteligentes e multiprofissionais.

4 comentários:

Luana Marinho Nogueira disse...

já temos a introdução do
trabalho! =)
rsrs

gostei mto do tema,
é algo q vai nos fazer
refletir mto, além do
mais é a oportunidade de
ampliar o conhecimento por áreas
como a Biologia, a História
e a Sociologia! Vlw
pela idéia!

Lucas Franco disse...

A tecnologia, em teoria, deveria nos dar mais tempo: as máquinas poderiam trabalhar por nós gastando metade do tempo que gastaríamos se fizéssemos manualmente, por exemplo. Mas na verdade, para que 'tanta pressa'? E o prazer de comer uma boa comida, feita separadamente em pratos individuais, e não em larga escala industrial distribuídas em embalagens de Mc'Donalds? Para que tanta pressa, se há quem gaste tanto tempo desnecessário em frente ao computador com futilidades? Talvez a falha não seja da máquina, e sim do uso que se faz dela, por um lado, e por outro, a máquina impõe um ritmo alucinante que devemos cumprir se 'quisermos viver em sociedade' (pelo menos quem aceite essas normas tão obedientemente), logo, para acordar cedo, aguentar longa jornada de trabalho e voltar para casa tarde, poucas são as pessoas que espremem uma laranja para fazer suco (fica mais prático comprar uma polpa ou Tampico), e essa pressa toda vai nos levar aonde? Natural que a pressa que temos numa 'intensidade sem sentido' nos leva a preocupação com o envelhecimento do corpo, um processo tão natural e tão pouco aceito. Aceitar a hora de envelhecer é duro, mas exageros para prolongar a juventude (não digo nem prolongar a vida, pelo contrário: essas drogas usadas para tais fins devem fazer muito mal para a saúde) mostram o grau de imaturidade do ser humano, que ainda não percebeu o que há de fundamental na nossa existência: o amor e a felicidade incondicional.

maria e as baleias disse...

eu ia comentar seu texto mas...
douglas adams não te diz nada?????????????


estou de mal u.u
huahauhauhauahua

;*

Luana Marinho Nogueira disse...

para mim, a maior invenção
foi o papel higiênico!
rs